domingo, 15 de janeiro de 2012

Desci a ladeira...

A cada sonho que se foi, um novo sonho se formou
Num coração de um homem que na vida tanto errou
Tracei a minha rota pra um caminho melhor
Abasteci o meu motor com 10 mil litros de suor
Nós vamos ser testados, façamos nossa parte
Pessoas ordinárias não calaram nossa arte
Meus ombros levaram meus erros pra onde eu for
E esses erros usarei como prova de quem tem dor
As vezes tento ser, melhor, maior que sou
Tropeço em meus conflitos como um drama de amor
O homem da casa tem que voltar com o sustento
Volto trazendo alimento e um sorriso cheio de calor
Eu voltei, se tava com saudade, eu tô aqui amor
Meu peito te procurava pelo retrovisor
Minha verdade, meu caminho redentor
Andei nas ruas, nessas ruas já não vejo a mesma cor
Homens, destruição taí, acordem!
Não adianta alcançarmos progresso sem a ordem
Cortaram nossas pernas, cortaram nossos braços
Não podemos deixar que também cortem nossos laços
Tem que deixar chover, tem que deixar lavar
A chuva é uma junção de "não querer" com "precisar"
O pé que usa chinelo, hoje tem tênis pra calçar
Mas ainda leva o corpo pro mesmo lugar

Eu desci a ladeira pra ver o que tinha por lá
E voltei pra poder te contar que eu sempre vou voltar
Não há lugar melhor no mundo que o nosso lugar

Nem todos tem a mesma sorte, Hey djow, segura aê
Reclamando do que? O que você plantou pra colher?
Também vi, meus pés cansados, sonhos devastados
Convocação soldados, derrubados, mas tô aqui!
Hey mano, acorda pra vida, resistência!
Tem um cuzão de terno rindo a cada desistência
Não é ciência, esse é o rap em ação
É FOCO, FORÇA, FÉ, CORAGEM e CORAÇÃO!
Os meninos tão na rua, os meninos tão de pé
Os meninos não fazem as coisas como a gente quer
Mundo louco que corroe a alma de quem ama
Pode mandar mais vilões porque isso só enriquece
São Paulo, Zona Norte, Brasil, Planeta Terra
Cachoeira em 86, o começo da Guerra
Minha famíilia ora, quando eu desço pra lá
Minha família chora se eu demorar a voltar
No meu mundo, dinheiro tras comida pra minha mesa
Lá fora eu vi ele levando maldade e frieza
Cobiça por umas tiriça, loucura!
Justiça só contra nós, não é justiça, é ditadura!
Nossa postura é um homem cego sem cão guia
Lá fora o ódio incondicional te dá "Bom Dia"
A cada dia longe é duro suportar
Deixa a louça na pia que hoje eu memo vou lavar

Atitude Construtiva

Transbordamos sentimentos,
Nestes hinos abordamos os momentos em que estamos sozinhos
Descobrimos caminhos, inspiramos vida
Ganhamos coragem para enfrentar-mos mais um dia
Tenho pensado demais e acho que ando acordado de mais
Tanto que uma nuvem na cabeça me fecha portais
Forças bloqueia em cadeia quem semeia
Só fez correr uma mão cheia de areia
Onde é que foram as pessoas de quem gostava
Para onde é que foram todas as pessoas
Com quem passava dias e encontrava frias para aguentar
Minhas palavras pesam na consciência e deixam escapar
Se me sinto sozinho agora será que não estava antes
Todos acabamos por seguir caminhos diferentes
A culpa não é deles, nem é minha, é nossa
Não quero absolvição, só peço a razão, a vossa

E quando a noite cai
Transformamos energia negativa
Em vibração positiva que sai
Iluminada e criativa
Atitude construtiva perante o desafio da rotina
Observo a chama da vela que treme
Com a corrente do pensamento que fica
Medito profundamente, meu carma
Com calma, com nabo só (strong plana)
Sinto a solidão apoderar-se da minha alma e do espírito
Neste espaço restrito sinto o infinito
Enquanto cravo chora no abstracto
Expiro, respiro, sentimentos transpiro
Não imaginas como é escuro o sítio ao qual me refiro
Antes só que mal acompanhado
É verdade, não consigo deixar de me sentir traído pela saudade
Nestes momentos eu paro, respiro
E escrevo versos que fazem os mais fortes sentir o meu medo


No fim acabas só tu, como no começo
Enfim, pisas o chão, dás mais um ou outro passo
Olhas o céu, como outros olham o teu
O mesmo, porque é que fingem que nada aconteceu?
Trocas uma sala cheia por uma vazia
Sabes que seria igual, nada aconteceria
Pões os teus olhos à procura de rostos familiares
Encontras reacções dispares, muitas aos pares
Poucas sinceras, encerras a actividade social
No final contas contigo menos mal
Ficas perto de ti, a descoberto, sais do deserto
E ficas certo, estavas por um véu coberto

É o que faz gajos mandarem-se da ponte
Do topo de um prédio, para matar o tédio da vida
Põem-se a monte, não há remédio
Quanto mais só estás mais só vais querer estar
Da teia de um ciclo vicioso que não sabes onde vai parar
Precisavas de uma palavra amiga, de conforto
Para fazeres o teu barco chegar a bom porto
Precisavas de uma mão que não se estendesse
Por interesse de alguém que te fizesse acreditar e amortece
Não preciso de elogios, prefiro abraços amigos
Abraços sentidos, mas tenho os braços quase partidos
Não quero tomar partidos num mundo onde tudo está à venda
Continuo a marcar encontros comigo próprio na agenda

A love changes
And the best friends became strangers

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Noites Calmas, Dias Felizes...

Nasci numa Sexta-Feira 13, tenham medo...
Vou-me perder e morrer cedo, isso não é segredo,
Com ou sem razão não cedo, não devo, eu sou veneno,
Eu não tenho coração, eu tenho um buraco negro
E suga tudo o que se chega perto, não te chegues perto,
Não quero nem tu queres, podes ter a certeza…
Chama-me cabrão, mas 'tou certo que 'tou certo
E acabo para sempre só com um prato na mesa...
Menos loiça suja, menos trabalho pela frente
Ok, menos companhia, mas ao menos mais tempo...
E por mais que tente, agir de forma diferente
Acabo sempre a destruir auto-estimas por divertimento...
'Tou-me a cagar p'ra toda a gente, querida,
Só tive uma mão amiga: a que me deu chapadas da vida!
E curei toda a ferida com fita adesiva,
Para me isolar e proteger dos choques à vista.
Hoje perdi-me no motivo (sim, perdi-me),
Que me levou a mandar-te p'ro caralho e percebi que não o tive...
Mas eu sou livre! Sim, sou livre e
Tomei a liberdade de me ver livre de ti…
Porque…
Sozinho é Noites Calmas...
Tu a arder é Noites Calmas...
Álcool é Noites Calmas...
Eu em sangue é Noites Calmas...
Eu só quero Noites Calmas...
Eu vivo p'ra Noites Calmas...
Porque Noites Calmas, Dias Felizes...

Eu vou saltando com uma corda ao pescoço
De banco em banco, sem razão, só por gozo...
Nem há justificação p'ra tanto esforço
A minha vida não é uma puta, antes fosse...
Só me sinto bem quando não sinto nada,
Nem vejo vida em carne e osso à vista desarmada,
Sozinho é noite calma, comprimidos à parva,
A minha calma não nasceu teve que ser inventada...
Eu invento portas, porque nasci sem paciência,
P'ra suportar o peso da consciência
E por mais que tente agir de forma diferente
Acabo sempre a varrer problemas p'ra debaixo do tapete...
Que seja eu a razão pela qual te vais
É que sou tão negativo que atraio problemas a mais
E afasto pessoas aparentemente sem motivo,
Deixa-me sozinho, ou hás-de morrer na merda comigo...
Hoje perdi-me no motivo (sim, perdi-me),
Que me levou a mandar-te p'ro caralho e percebi que não o tive...
Mas eu sou livre! Sim, sou livre e
Tomei a liberdade de me ver livre de ti…
Porque…
Sozinho é Noites Calmas...
Tu a arder é Noites Calmas...
Álcool é Noites Calmas...
Eu em sangue é Noites Calmas...
Eu só quero Noites Calmas...
Eu vivo p'ra Noites Calmas...
Porque Noites Calmas, Dias Felizes...
Dizem que ressaca mata, mas hoje matei a ressaca…